Sinto falta de estar presente.
Presente de verdade. Viver o momento com a consciência de que ele está sendo vivido.
Sentir a dor como ela merece ser sentida. E também rir até a barriga doer. Não sei há quanto tempo não dou gargalhadas. Até citar isto, quase havia me esquecido que costumava ser a pessoa da risada que escandalosamente preenche os espaços ali dispostos.
Mas não sinto falta só desta presença que nos permite nos enterrar em nossos momentos de alegrias ou misérias.
Sinto falta da viva, quando faço a incrível caminhada entre o quarto e a cozinha, onde a geladeira é aberta, mas tudo carece de interesse genuíno. O leite, o arroz, as batatas e o alface. Nada para alegrar, nada para entristecer. Nada pra nada.