12 setembro 2020

Sabe, eu gostaria de ser aquelas pessoas que ao escrever, conseguem organizar as palavras de uma forma que a leitura é fluída, com analogias tão interessantes que a gente se pergunta como é que nunca pensamos naquilo antes. Todos nós conhecemos aquele ou aquela autora que tudo que escreve é como se tivesse conversando com nós, ou como se tivesse escrito tudo o que nosso cérebro gostaria de ter feito.

Mas tudo bem, acho que essa é só uma pequenina frustração que coleciono, nada demais.

Hoje o peso que realmente está sobre meu peito, é não saber o que está acontecendo. Lágrimas incontroláveis estão rolando agora no meu rosto, mas eu simplesmente não sei de onde está vindo tudo isso.

Penso que podem ser os hormônios. Quando se é mulher a gente sempre considera isso. Mas não são só eles, eu sei que não. Existe um buraco, quase como se ele existisse fisicamente em algum lugar do meu corpo. Como se meu estômago tivesse subitamente se tornado canibalista, e tivesse deixado ali um vazio impossível de ser preenchido. E então tomar consciência deste vazio causa essa angústia.

E ainda a vida, como deve ser, segue acontecendo. Totalmente alheia a quaisquer angústias ou felicidades que aqui, ou aí, ocorrem. Sinto que algo está pra acontecer. O que é uma bobagem, né? Sempre tem algo prestes a acontecer. E o futuro está sempre prestes a chegar. O próximo ponto final está sempre prestes a ser colocado. 

Nenhum comentário: